terça-feira, 27 de abril de 2010

Chuva causa novos estrados em SC

A Defesa Civil Estadual atualizou por volta das 10h desta terça-feira o número de municípios que tiveram estragos provocados pela chuva da última semana em Santa Catarina. Até então, 50 municípios tinham comunicado o registro de alagamentos ou deslizamentos de terra ao órgão. São cidades da região leste, especialmente o Vale do Itajaí, e oeste do estado.



Os dados mais recentes encaminhados pelas cidades atingidas à Defesa Civil Catarinense dão conta que o número de pessoas afetadas por alagamentos ou deslizamentos de terra chega a 138,9 mil pessoas.

Fonte: Diario Catarinense

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Eyjafjallajökull

Mais de 70 mil vôos cancelados e um prejuízo maior que U$1.5 bi. Este foi
o cartão de visita do vulcão islandês, cujas cinzas começam a se dissipar para
que a vida volte ao normal.



Por dias a erupção jogou toneladas de cinzas na atmosfera.




A intensidade da erupção fez com que a nuvem de cinzas ultrapassasse os 6 km de altura, chegando
próxima a tropopausa da latitude. Os ventos fortes em altitude carregaram as cinzas ao longo da
Europa e porteriormente América do Norte. A imagem de satélite abaixo mostra o poder desta
erupção.


A consequência mais direta é a transformação de dia em noite nas cidades mais próximas. A grande
densidade das nuvens de cinzas diminuiu as horas de insolação solar nos locais mais afetados.



Mais recentemente foram observadas erupções de lava.




Não são raros os casos de cinzas vulcânicas com grande eletricidade.



Como o vulcão encontra-se em uma geleira, o calor provocado pela erupção resultou nesta
bela cachoeira.

Fonte: terra.com.br

261

261 é o número de vítimas fatais no estado do Rio de Janeiro, de acordo com a
Defesa Civil do estado. O número é crescente, pois muitos corpos ainda estão sob
escombros.



A frente fria que causou tamanha tragédia também provocou transtornos diversos
no nordeste, especialmente na Bahia e Sergipe, com alagamentos e milhares de
desabrigados.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Pinball Meteorológico

Texto de David Herring, Wayne Higgins e Mike Halpert (NOAA). Versão original em:

http://www.climatewatch.noaa.gov/2010/articles/can-record-snowstorms-global-warming-coexist


O tempo (meteorológico) e o clima descrevem o comportamento das variáveis
ambientais, mas para diferentes escalas de tempo e espaço. Enquanto meteorologistas
prevêem as condições meteorológicas para um determinado e curto intervalo de
tempo (cerca de uma semana), climatologistas tentam descrever a frequência esperada
e a intensidade dos fenômenos meteorológicos sobre uma escala de tempo bem maior,
como estações do ano, décadas ou até séculos.




Para prever sobre tais escalas de tempo, os climatologistas necessitam entender o estado
atual das forçantes ambientais de grande escala que se desenvolvem lentamente direcionando
o sistema climático. Mas sendo a previsão do tempo uma tarefa de razoável complexidade,
como é possível prever as condições climáticas? Imaginando o sistema climático como um
antigo jogo de pinball ajuda a nos ilustrar porque é mais difícil fazer uma previsão
de um evento meteorológico particular para mais de uma semana do que fazer uma
previsão climática.

Lançando uma bola no pinball, é muito difícil prever o caminho que ela tomará,
bem como o buraco em que ela terminará. A interação de inúmeras variáveis
torna esta tarefa difícil, principalmente depois que a bolinha atinge um ou dois
obstáculos. Assim é como o tempo. Mas depois de jogarmos a bola centenas ou milhares
de vezes e observarmos as trajetórias e os buracos em que terminam, podemos
obter as probabilidades de uma bolinha terminar em um dado buraco. Isto é
como prever a variabilidade climática.





Supondo que mudemos as condições gerais do pinball por inclinar o jogo para
um lado. Esta inclinação certamente afetará as trajetórias e os buracos das
próximas centenas de bolinhas. Se por um lado ainda assim não temos condições
de prever com precisão os buracos que as bolinhas terminarão, pelo menos
aumentamos drasticamente a probabilidade de acertar os buracos onde a
maioria das bolas terminarão. Esta inclinação pode ser temporária, como no
caso de um El Niño. Contudo, ainclinação pode ser mais permanente, como
a ação dos gases de efeito estufa na atmosfera. Tal inclinação mais permanente
seria como o aquecimento global. E assim como no pinball, no clima a magnitude
da inclinação importa.

Para entender o clima e detectar as mudanças climáticas é necessário um grande
período de registro de dados - quanto maior, melhor. A analogia com o pinball
mostra como a previsão de um único evento meteorológico é inerentemente difícil
e porque não devemos basear nossas avaliações climáticas em um único evento.
Dado um registro de dados por um longo tempo e um bom conhecimento do
estado das forçantes que influenciam no sistema, pode-se obter um quadro
probabilístico do clima futuro.

Atualmente, tende-se a diminuir a idéia de aquecimento global a cada nevasca, ou
de promovê-la a cada onda de calor. Contudo, não devemos tecer conclusões
baseando-se somente em dados de um único ano, muito menos em um único
evento.




Nosso conhecimento atual sobre tempo, variabilidade climática e mudança
climática reforça a idéia de que nem todas as partes do globo se aquecerão
da mesma maneira, nem mesmo poderão se aquecer continuamente.


Fonte do texto: Climate Watch Magazine
Figuras: isiria.wordpress.com, climatewatch.noaa.gov, meteorologyclimate.com

Tempestade provoca tragédia na Índia

Uma tempestade matou pelo menos 76 pessoas e destruiu cerca de 100.000 casas no estado de Bengala Ocidental, leste da Índia, informou nesta quarta-feira o governo local. A tempestade durou 45 minutos, com rajadas de até 120 km/h.  Algumas fontes já elevaram a tempestade tropical à categoria de ciclone.




Nitish Kumar, um dos principais ministros do governo de Patna, capital de Bihar, afirmou que 25 pessoas morreram neste estado.



Fonte: uol.com.br, cnn.com, nydailynews.com, tolerance.ca

As nevascas recordes e o aquecimento global

O texto abaixo é um resumo do trabalho de David Herring, Wayne Higgins e Mike Halpert, publicado
na revista Climate Watch Magazine, do NOAA.
A matéria completa está disponível em http://www.climatewatch.noaa.gov/2010/articles/can-record-snowstorms-global-warming-coexist
Dica: SBMET

Podem os índices recordes de nevascas nos EUA e o aquecimento global coexistirem?

As nevascas recordes ocorridas em dezembro de 2009 e fevereiro de 2010 em algumas
cidades dos EUA (especialmente Baltimore e Philadelphia) provocam a seguinte pergunta:
Estaria realmente ocorrendo o tal aquecimento global? A resposta é sim. Outros fatos e fatores
devem ser levados em consideração.

Por exemplo: ironicamente, na mesma época das nevascas recordes em cidades americanas
de latitudes médias ocorreram temperaturas acima do normal em cidades de latitudes altas
do mesmo continente. Em Vancouver, Canadá, este foi o janeiro mais quente da história.
Organizadores dos Jogos Olimpicos de Inverno tiveram que usar caminhões e helicópteros
para trazer neve para as competições de ski e snowboarding.



O que ocorreu entre as cidades americanas e as canadenses mais ao norte não é uma questão
de mudanças climáticas; é uma questão de variabilidade climática. É a variabilidade climática que
explica porque podem ocorrer grandes nevascas em um cenário de aquecimento global.

A previsão do CPC/NOAA para o inverno nos EUA, feita em 15/10, enfatizou o fato de estarmos
sob condições de El Niño, o que levou à previsão de um inverno mais úmido e tempestuoso
para a região mais ao sul e um inverno mais seco para as regiões noroeste e Ohio Valley. Como
previsto, tais condições ocorreram.



Porém, o El Niño não foi o principal agente deste inverno anômalo. Tal papel foi desempenhado
pela Oscilação do Ártico (AO). No início do último dezembro, a AO entrou na sua fase
negativa, deixando o jato polar mais de sul, afunilando os frios ventos árticos em direção
à América do Norte, norte da Ásia e Europa. Este fenômeno explica porque as pessoas
destas regiões experimentaram um inverno tão rigoroso.

No Ártico (e redondezas), a pressão atmosférica oscila entre dois padrões comuns. A fase
positiva têm pressão abaixo do normal no Ártico e pressão acima do normal nas redondezas,
o que tende a manter a região mais fria, com o ar polar limitado à região polar. Já na fase negativa,
sobre o Àrtico persiste a pressão acima do normal e sobre as redondezas uma pressão
abaixo do normal. Esta condição permite que o ar polar escoe em direção às latitudes
mais baixas, baixando a temperatura nestas regiões. Na figura abaixo, observamos a fase
negativa da AO, que ocorreu de dezembro à fevereiro.

No último inverno do HN, as características persistentes da AO foram observadas diariamente,
com os valores mais baixos da história. A manifestação regional da AO referente ao Atlântico Norte,
chamada Oscilação do Atlântico Norte (NAO), também apresentou seus menores valores sazonais
da história.

Sabe-se que tanto o El Niño como a AO quando atuam isoladamante podem causar grande
impacto no clima global. Quando atuam juntos, como recentemente, dominam os padrões
climáticos da estação. A grande quantidade de energia e umidade vindas do Pacífico devido
ao El Niño e o jato polar despejando ar frio nas latitudes médias foram os combustíveis
para as nevascas recordes nos EUA. A figura abaixo mostra os campos compostos de
anomalia de temperatura para os casos em que o El Niño e a fase negativa da AO coincidiram
durante o período de 1950-2009. Nota-se a semelhança com o padrão deste último
inverno.

Logicamente, a variabilidade climática atua nos dois lados, isto é, enquanto algumas
regiões sofrem com invernos anomalamente rigorosos, outras experimentam invernos
anomalamente quentes. Isto é uma prova que as considerações sobre o clima em
uma grande escala temporal não devem ser determinadas a partir de fenômenos
climáticos regionais de curta duração.

Fonte: Climate Watch Magazine (NOAA Climate Services)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Foi a pior chuva da história", diz governador

Na noite de terça-feira (06/04) o governador do Rio de Janeiro foi enfático:
"Foi a pior chuva da história". A afirmação é baseada nos dados: 288mm em
24 hs. Contudo, o INMET ainda deve se pronunciar a respeito.



Até agora os mortos somam 184, mais de 100 só em Niterói, cidade mais atingida
por deslizamentos.




Alguns pontos de alagamento na capital têm problema em escoar a água devido à
maré alta no oceano, que com ondas de até 2 metros de altura chegou a espalhar
areia nas pistas do aeroporto Santos Dumont.



Fonte: clicrbs.com.br; uol.com.br; globo.com; terra.com.br

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tragédia do RJ supera a de SC

O número de mortes em decorrência da chuva no estado do Rio de Janeiro subiu para 154, até o início
desta tarde, de acordo com a Secretaria de Saúde e Defesa Civil.




As mortes por conta das chuvas que castigam o Estado do Rio desde a noite de terça-feira superaram o desastre ocorrido em Santa Catarina, em novembro de 2008, com o total de 135 óbitos. São centenas
de feridos e o número de desaparecidos pode chegar a 200 devido, principelamente, ao delizamento
no morro do Bumba, em Niterói.




Os desabrigados já somam 14 mil. Além dos deslizamentos, na cidade os transtornos continuam.



Além das condições climáticas propícias à formação de chuva no Rio, a alta quantidade de umidade na Amazônia potencializou a chuva que atingiu o Estado. De acordo com a prefeitura, em 24 horas choveu 288 milímetros na cidade do Rio, superando o recorde histórico de 1966, que era de 245 mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado).


Fonte: band.com; uol.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

Rio, cidade cachoeira

Diversos estudos indicam o aumento no número de eventos severos ao
redor do globo. Nesse sentido, os extremos de precipitação constituem
os eventos meteorológicos mais fatais.

Nos últimos dois dias o mundo se volta à cidade do Rio de Janeiro e
arredores, que encaram a maior taxa de precipitação dos últimos 30 anos
de acordo com o Inmet.

Em 14 horas choveu o dobro da média de todo o mês. Até o início
desta tarde se somam 79 mortos e 16 desaparecidos.

Lagoa transborda e pedalinho para no meio da rua


O trânsito virou um caos, com ondas sobre o asfalto

Os deslizamentos, como sempre, foram os principais responsáveis pelas vítimas fatais

A força da água virou carros

Maracanazinho alagado, time de Bernardinho passa a noite no ginásio


Fonte: g1.com