quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Jule Charney - Parte II: A Tese

Na sua tese, Charney, assim como Solberg,
analisou as pequenas perturbações em um estado básico.
Contudo, ambos estudos diferiram em dois pontos: Enquanto
Solberg suspeitava de qualquer tentativa de simplificação
das equações, Charney sugeriu que uma simplificação
inteligente não só era necessário para se chegar na solução
como também ajudava no entendimento dos processos
físicos. Foi este ponto que o fez ter sucesso no
desenvolvimento dos modelos de previsão numérica do
tempo. Ao contrário do modelo barotrópico de Rossby,
o trabalho de Charney não era baseado em simplificações
intuitivas.


O segundo ponto que difere o trabalho de Charney do
de Solberg se refere ao fato da sua ignorância com
relação à frente polar. Por alguns anos, após a
publicação da tese de Charney, a principal vantagem
desta diferença era que enquanto o problema
de Charney tinha solução, o modelo de frente
polar descontínua continuava intratável. Posteriormente,
o trabalho de Stone, Williams, Hoskins e Bretherton
mostrou que descontinuidades de caráter frontal
eram formadas por ondas longas em desenvolvimento.
Assim, a frente passou a ser considerada mais uma
criação da onda longa do que sua criadora.

Nessa época, um estudo similar de instabilidade de
onda longa foi feito por Eric Eady na Inglaterra. Quase
que por acidente, Eady e Charney se encontraram na
Noruega, em 1947, e tornaram-se bons amigos.




Fonte: The National Academies Press

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