Sandy foi a maior tempestade dos últimos 80 anos a atingir os Estados Unidos. Segundo meteorologistas brasileiros, é porque ganhou força ao tocar o solo, o que é raro.
Sandy era uma tempestade tropical quando começou a se formar na segunda-feira passada nas águas do Caribe. O furacão ainda era de categoria 2, em uma escala de 1 a 5, quando passou próximo a Cuba e às Bahamas. Ao tocar a terra, na Costa Leste dos Estados Unidos, foi rebaixado para categoria 1, e virou um ciclone pós-tropical.
Rebaixamento, neste caso, não significa menos potencial de destruição. Os ventos chegaram a 160 quilômetros por hora, fazendo o mar avançar sobre a costa. No Brasil, a tempestade vem sendo monitorada por especialistas que trabalham em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Para os meteorologistas da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o que aconteceu foi algo raro. Os especialistas dizem que o furacão, que deveria perder força ao tocar a terra, manteve a intensidade.
Isso aconteceu porque, ao sair do mar, Sandy se chocou com uma frente fria e uma quente. O contraste de temperaturas manteve a energia do fenômeno.
“A Sandy já teria se dissipado a essa altura. Só que, como ela mudou de personalidade, passou a ser um fenômeno de características de latitudes médias, essa energia está vindo do contraste de temperatura sobre o continente. Então ela está conseguindo manter a velocidade dos ventos relativamente intensa, apesar de estar longe do oceano”, afirma o meteorologista Ernani Nascimento. Agora, Sandy está indo para o Canadá, já em seu estágio final e com menos força.
Ou seja, Sandy começou como um furacão (ciclone tropical), tornou-se ciclone pós-tropical quando migrou para o norte e, por "alimentar-se" da variação de temperatura de superfície, tornou-se um ciclone extra-tropical. Algo muito raro.
Fonte: g1.com, uol.com.br