quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Enchente nas Canárias, 16/11/2009

A tempestade Júlia atingiu as Canárias, provocando enchentes em 16 e 17 de novembro.





Dica: Rog, meteopt.com/forum

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Enchente na Arábia

Impressionante registro de uma enchente em Jedah, na Arabia
Saudita, ocorrida neste mês.



Fonte: kibeloco.com

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

No caminho do tornado

Vídeo amador da Polônia, gravado em agosto de 2008.
A sorte do observador eh que se tratava de um F1 ou F2.

Onda Gigante em SC, 19/11/2009

Dica de Vlamir da Silva Junior:

No mesmo dia do tornado em Imbituba, uma onda gigante atingiu a
praia de Pântano do Sul, em Florianópolis-SC:

Tornado em Imbituba-SC, 19/11/2009

Dica de Vlamir da Silva Junior:

Dois vídeos amadores registrando o tornado na cidade de Imbituba-SC,
em 19/11/2009.



domingo, 15 de novembro de 2009

O melhor registro de Tornado no Brasil

O vídeo abaixo é do famoso tornado ocorrido em Indaiatuba/SP em (24/05/2005)
e considerado o maior registro deste tipo de fenômeno no Brasil.



Estima-se que seja um F3, o que o torna ainda mais raro no Brasil.

sábado, 14 de novembro de 2009

Tromba D'água na Lagoa dos Patos

Registro feito em São José do Norte, em 27/03/2009.
São eventos raríssimos naquela região do Rio Grande do Sul.



Filmado por Alessandro Coelho e postado por Renato Morrison.

A Meteorologia e a observação astronômica amadora

Texto de Vlamir da Silva Junior:

A Meteorologia e a observação astronômica amadora

Muitas pessoas imaginam que basta um céu limpo, sem nuvens e sem a poluição luminosa das cidades para conseguir uma boa noite de observação astronômica. A realidade é bem diferente disto.

Algumas situações como a passagem de uma frente fria e a entrada de uma forte massa de ar frio, ou seja, com uma alta pós-frontal intensa, costuma deixar o céu limpo e bem transparente. Até mesmo em áreas suburbanas de uma grande Metrópole como em algum município da Grande São Paulo já é possível notar uma leve melhora na transparência do céu, só com a passagem de um anticiclone como este. Algumas estrelas de brilho mais fraco começam a querer aparecer, numa luta constante contra a desanimadora poluição luminosa. No entanto uma boa imagem planetária ao telescópio, ou uma boa sessão de fotografia planetária, exige muito mais do que um anticiclone pós-frontal.

Em muitas situações de anticiclones pós-frontais atuando sobre a área de observação, é comum notar ao focar um telescópio em um planeta como Júpiter, Marte ou Saturno, uma significativa efervescência da imagem. Para entender o que seria esta efervescência, basta olhar o asfalto distante num dia de sol e muito calor. As imagens parecem tremular. O mesmo costuma acontecer ao olhar estes planetas num telescópio quando estamos sob a influência de um anticiclone pós-frontal. Este efeito parece ser até mais ampliado quando olhamos um vídeo do planeta numa sessão fotográfica. Este efeito de efervescência da imagem é chamado de turbulência pelos astrônomos. Isto acaba com os detalhes nas imagens planetárias e quanto mais forte esta turbulência, menos detalhes é possível observar no disco planetário.

Outra situação que dificulta uma observação ou sessão fotográfica planetária, é quando sobre a área de observação atua algum jato em altitude, seja ele o Jato Subtropical ou o Jato Polar. Estes jatos costumam causar a mesma turbulência descrita anteriormente. Quando numa análise sinótica ou previsão de tempo há uma previsão de atuação de um destes jatos, desconfiem da noite estrelada.

Um terceiro fator bem ruim para a observação, diz respeito a circulação local, mais especificamente a circulação vale-montanha. O lado da montanha com escoamento dos ventos que está mais turbulento é o pior local para observação. A figura abaixo é o suficiente para ilustrar isto. Imagem copiada do site do Astrofotógrafo Damian Peach: http://www.damianpeach.com/seeing1.htm





É comum as melhores noites de observação ocorrerem quando temos um anticiclone de bloqueio atuando sobre a área de observação, o que as vezes acontece no inverno e costuma deixar uma massa de ar estagnada e estável durante vários dias e noites. Este tipo de anticiclone pode ser bem ruim para a saúde, já que costuma estar associado com inversão térmica e aprisionamento de poluentes nas grandes cidades. Mas é justamente neste tipo de situação onde muitos astrônomos amadores conseguem bons resultados em suas observações planetárias ou sessões fotográficas.
Também é comum as melhores observações e fotografias planetárias ocorrerem antes da formação de nevoeiros no local de observação, o que está diretamente associado com a estabilidade atmosférica e pouco vento, situações ideais para não haver a efervescência da imagem, esta turbulência também chamada por vezes de ‘seeing’ no jargão astronômico.

Outro fator a ser considerado é o caminho óptico da luz. Quanto maior a camada da atmosfera terrestre que a luz vinda de um planeta tiver que atravessar, maior a chance de haver turbulência ou ‘seeing’ ruim. Portanto as melhores observações ocorrem quando o planeta está mais elevado ou mesmo próximo do zênite.

Vale lembrar que para observações de planetas brilhantes como Júpiter, Marte, Vênus e Saturno, a poluição luminosa das grandes cidades não tem efeito significativo como no caso de observação de objetos de céu profundo (nebulosas, galáxias e aglomerados de estrelas mais difíceis), portanto planetas são alvos prediletos dos observadores urbanos.

Por fim, uma forma rápida de se obter uma medida subjetiva desta turbulência ou seeing, consiste em observar as estrelas a olho nu. Se muitas estrelas estão cintilando perto do zênite, a situação está ruim, se apenas as que estão mais baixas estão cintilando e as outras próximas do zênite estão cintilando de forma mais lenta e calma, talvez seja uma noite razoável ou boa para observação ou fotografia. Além disto tudo, mesmo com muitos fatores contra a observação perfeita, é comum durante a mesma noite a turbulência variar de tal forma que mesmo uma noite ruim pode, em alguns minutos ou segundos, nos presentear com belos detalhes planetários. Por isto muitos amadores ficam observando horas e horas a espera do melhor momento para dar início a uma filmagem planetária ou captar com os olhos os melhores e finos detalhes para passar para o papel e registrar aquele momento.

Vlamir da Silva Junior,
Meteorologista de formação e Astrônomo Amador por paixão.
Texto feito com base na experiência e através de dicas lidas em livros como no livro The Planet Observer’s Handbook, por Fred W. Price.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Storm Chasers

No meio do caminho tinha um tornado...



Mais um belo registro dos Caçadores de Tempestades.

Até mais.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Torres Quentes

Nas grandes nuvens cumulonimbus presentes nas
ondas equatoriais as correntes ascendentes são
protegidas do entranhamento pelas nuvens menores
ao redor.

Fonte da figura: ourlifeatsea.com


Desta forma, elas podem penetrar quase até a tropopausa
sem nenhuma diluição pelo ar ambiente. Esses núcleos
de CBs equatoriais são conhecidos por "torres quentes"
(hot towers).

Fonte da figura: uk.encarta.msn.com

Como as torres quentes são responsáveis por boa parte
do transposrte vertical de calor e massa acima da camada
limite sobre a ZCIT (Zona de Converência Intertropical)
- e os distúrbios ondulatórios contém a maior parte das
áreas de precipitação convectiva ativa na ZCIT - é óbvio
que as ondas equatoriais exercem um papel essencial na
circulação geral da atmosfera.

Fonte da figura: nasa.gov

Fonte: Holton (1992)

O ponto de partida da meteorologia moderna

Em 1854 um navio de guerra francês e outros 38 navios mercantes
afundaram devido à uma violenta tempestade próxima ao porto de
Balaklava.O diretor do Observatório de Paris foi chamado a investigar
o desastre e, checando os registros meteorológicos, verificou que
a tempestade havia se formado dois dias antes da tragédia e que a
mesma havia varrido o continente Europeu, vinda de sudeste.



Imagem ilustrativa


Se um sistema de rastreamento de tempestades tivesse sido
implantado, as embarcações teriam sido avisadas de qualquer
perigo eminente. Como resultado do ocorrido, o serviço
nacional de alertas de tempestades foi montado na França.

Este fato é reconhecido como o ponto de partida da meteorologia
moderna, i.e., a previsão de tempestades severas.

Fonte: Rose Potter

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Análise Matemática da Guerra, por Richardson

Lewis Richardson foi o pioneiro na previsão numérica do tempo; foi
ele que em 1922 realizou o experimento em que as equações diferenciais
eram resolvidas por métodos numéricos para que se obtesse um prognóstico.
Além disso, contribui para a ciência meteorológica de outras formas,
como no campo da turbulência.



O que nem todos sabem é que ele propôs a análise matemática da guerra.
Pacifista, aplicou seus conhecimentos matemáticos no entendimento das
raízes dos conflitos internacionais.



Por esta razão, hoje ele é conhecido como fundador, ou co-fundador,
da chamada "análise científica do conflito". Assim como feito com a
meteorologia, ele analizou a guerra usando principalmente equações
diferenciais e teoria de probabilidade.

Considerando o armamento de duas nações, Richardson elaborou um sistema
idealizado de equações em que a taxa de armamento necessária de uma nação
é proporcional a quantidade de armas de seu rival e ao descontentamento
sentido pela nação rival, e inversamente proporcional a quantidade de armas
já possuídas.

A solução deste sistema de equações permite conclusões criteriosas a serem
projetadas de acordo com a natureza e a estabilidade (ou instabilidade)
das várias condições hipotéticas que podem ocorrer entre as nações.



Ele também indicou que a teoria sobre a tendência de uma guerra entre
duas nações era função da extensão da fronteira entre elas. E nos trabalhos
Arms and Security (1949) e Statistics of Deadly Quarrels (1950) ele analisou
estatisticamente as causas da guerra - fatores como: economia, linguagem e
religião.

Fonte: Answers.com

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nuvens Orográficas

Nuvens orográficas se formam quando a corrente de ar ascende
(ao atingir uma montanha), se resfria e condensa. O vídeo
abaixo sintetiza a formação, desenvolvimento e comportamento
deste tipo de nuvem através de algumas observações.



Até mais.

Smile

Imagem rara, de um tipo de arco-íris invertido, em formato de
sorriso. E mais abaixo nota-se um outro fenômeno ótico similar,
na diagonal.




De acordo com o autor da foto, o fenomeno da parte superior é um
arco circunzenital e o de baixo um arco supralateral. Ambos se
formaram devido à coincidência da posição do sol, do espectador e
das partículas suspensas que servem de refração/reflexão. Se um
desses fenômenos já é raro, dois ao mesmo tempo então...

Até mais.

Fonte: flickr, by Yezzer

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apertem os cintos

No interior de uma nuvem Cb a turbulência pode
ser tão forte que dificilmente um avião consegue
atravessá-la. Por isso que este tipo de nuvem
é sempre evitada pelos pilotos.

Contudo, mesmo a periferia de uma cumulonimbus
pode acarretar em perigo para as aeronaves devido
à turbulência por entranhamento e ao granizo.

E quando um piloto não consegue evitar este tipo
de transtorno, ele deve-se contentar em conseguir pousar
a aeronave...






Fonte: meteopt.com/forum, by Luis França

Até mais.

Raio em árvore

Em ambientes planos, as árvores são os principais
meios de contato entre a superfície e a nuvem. É por
isso que devem ser evitadas em tempestades elétricas,
como mostra o vídeo abaixo:



Até mais.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Arco-Íris raro

Em poucas palavras, a ocorrência do arco-íris depende
da existência de gotículas de água suspensas no ar. A
luz branca do sol inside na gotícula que separa os 7
diferentes comprimentos de onda.




E nos raros casos onde cristais de gelo, encontrados nas
bordas das nuvens, possuem caraterísticas óticas similares
às das gotículas de água, temos o seguinte fenômeno:



O processo ótico é similar ao da formação do halo, porém
neste caso a nuvem participa fundamentalmente.

Um jogador incoveniente

O mecanismo de formação dos Dust Devils ainda não são
bem entendidos; mas sabe-se que a formação depende,
basicamente, de três fatores: forte (e diferencial)
aquecimento superficial, corrente ascendente (pluma) e
forte cisalhamento do vento.

Os Dust Devils ocorrem em condições de céu claro e
tempo seco. Normalmente são menores, menos intensos e
menos duradouros que os tornados.

Contudo, não são bem-vindos. Ainda mais numa partida de
futebol...

A Gaiola de Faraday

Sempre se diz que no caso de uma tempestade elétrica um
dos locais mais seguros para se estar é dentro de um carro.
Isto se deve ao chamado efeito da "Gaiola de Faraday", e não
devido ao efeito da borracha dos pneus (como ainda pensam
alguns). A teoria da "gaiola" diz que a descarga elétrica
sobre um automóvel se distribui na sua carcaça, restando seu
interior sem carga elétrica nenhuma.

Uma prova disto pode ser vista no vídeo abaixo:



Até mais.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Onda de Gravidade - Vídeo

Na graduação em meteorologia, muito se fala e se estuda sobre
ondas de gravidade. Mas como ela se comporta na atmosfera?

Ei-la:


Até mais.

... and Fire in the Sky

Depois de Smoke on the Water (Papo de Meteoro - Blog sobre Meteorologia: Smoke on the Water...), temos o Fire in the Sky:



Creio que deva ser mesmo o reflexo da luz do sol em uma trilha de condensação (contrail), deixada por algum avião a jato.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Freezing Rain

Freezing rain é a chuva que congela quando atinge um alvo material. Tais
alvos - solo ou objetos sobre a superfície do solo - devem estar com uma
temperatura igual ou inferior a do congelamento (0°C), enquanto que as
gotas de chuva devem estar superresfriadas.

Normalmente, este tipo de precipitação ocorre como condição transiente entre
a precipitação de chuva e a de flocos de neve. Abaixo, fotos de Versoix, Suiça,
após uma precipitação espetacular de freezing rain.


Fonte: meteopt.com/forum, by Fernando e Luis França

Bigornas de Cbs

Fotos de bigornas (topos) de nuvens cumulonimbus, tiradas de altos níveis.


Fonte: meteopt.com/forum, by Vince
Copyrights: Mathieu Neuforge

Nuvens sobre montanhas

Fotos tiradas de nuvens sobre montanhas. Abaixo, as nuvens sobre uma
onda de sotavento (lee wave).


Abaixo, uma nuvem sendo tragada pela corrente descendente à sotavento da montanha.


Fonte: meteopt.com/forum, by Vince
Copyrights: Mathieu Neuforge

domingo, 18 de outubro de 2009

Tornados de fogo na natureza

Agora, fotos de tornados de fogo observados em incêndios e queimadas.














Tornado de Fogo no Meteotron: Parte II

Mecanismos Físicos para a Produção de Vórtices - Experimento Meteotron

A emissão de gases quentes devido ao fogo produz uma pluma flutuante muito quente que ascende. Correntes ascendentes são mais intensas ao longo da linha central: as forças internas de flutuação produzem tubos de vórtices que são anéis circulares concêntricos com o eixo vertical.

Como mostrado na figura abaixo, a circulação resultante na periferia da pluma provoca o entranhamento (devido à ação da turbulência de pequena escala) do ar ambiente.



Desta forma, é necessário estabelecer uma relação (interação) entre a pluma e o ambiente ao redor (condições atmosféricas). As figuras abaixo mostram os três estágios da formação do vórtice devido à iteração com o ambiente ao redor.








No caso de condições atmosféricas favoráveis, especialmente a componente longitudinal do vento, pode ocorrer a formação de dois vórtices em baixos níveis, como mostrado na figura abaixo (foto tirada à sotavento) – o vórtice à esquerda do maçarico, de circulação ciclônica, tem 1 m de diâmetro e o da direita, de circulação anticiclônica, tem 1.5m de diâmetro.



A figura abaixo mostra o esquema que representa a figura acima.


Referência:
Church et al. (1980), Bull. Amer. Meteorol. Soc., 61, 682-694.


Tornado de Fogo no Meteotron: Parte I

Intensos vórtices de pequena escala são sempre associados à flutuação de plumas térmicas. De um modo mais raro, tais plumas podem ser geradas pelo fogo, o que gera o tornado de fogo.
Church et al. (1980) relata a análise de vórtices produzidos no experimento chamado Meteotron. Este experimento foi realizado na no Platô de Lannemezan, França, entre 1978 e 1979 (neste trabalho, observações datam a partir de 1961), pelo Centro de Pesquisas Atmosféricas Henri Dessens.

O experimento consistia de uma estrutura de aproximadamente 140m X 140m X 60m de tamanho com 105 grandes maçaricos, dispostos em três armações espirais, que geravam um total de 1000 MW de calor. Um grande conjunto de instrumentos foi instalado nas imediações da base da pluma para medir características como convergência e vorticidade média.






Na vertical, uma série de anemômetros 3D e termômetros foram instalados em estruturas suspensas por cabos, como mostrado na figura abaixo.



Cada um dos maçaricos gerava uma pequena pluma de fogo (ou de fumaça) que se fundiam para formar uma grande coluna de fumaça negra associada com a combustão. No experimento foram observados três diferentes tipos de vórtices:

1) A maior; mas talvez menos intensa configuração de vórtice que ocorreu sob condições de instabilidade térmica com fracos ventos horizontais de superfície. Em 30-40m de altura acima do nível em que as pequenas plumas se fundem, se observou um bifurcamento em dois vórtices de rotações contrárias como mostrado abaixo.



2) Intensos núcleos de vórtices que se assemelham a dust devils. Ocorrem sob condições de instabilidade moderada e ventos moderados ou fracos e aparecem preferencialmente em incêndios ou queimadas. O tempo de vida destes vórtices variou de poucos segundos a poucos minutos, com raros casos de durarem por vários minutos. O diâmetro do vórtice variou de 0.2 à 2m. Na figura abaixo, um exemplo deste tipo de vórtice, em que a parte inferior pode ser notada pela rotação da poeira e a parte superior pela rotação da fumaça, já fundindo com a pluma principal.



3) O mais intenso e mais raro tipo de vórtice. Em quase vinte anos de Meteotron, foi observado somente duas vezes. Trata-se de um vórtice grande (40m de diâmetro) e persistente (15 min.). O vento no seu interior interagiu com o fogo e foi tão intenso que apagou três maçaricos. Mesmo depois de todos os maçaricos se apagarem, um núcleo central de 1-2m de diâmetro permaneceu por vários minutos. Neste dia a atmosfera estava instável, mas com ventos fracos. A figura abaixo mostra este caso (momentos depois que os maçaricos foram apagados).




Referência:
Church et al. (1980), Bull. Amer. Meteorol. Soc., 61, 682-694.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Estatística Básica: Problema de Monty Hall

O problema de Monty Hall ou paradoxo de Monty Hall é um problema matemático que surgiu a partir de um concurso televisivo dos Estados Unidos da América chamado Let’s Make a Deal, exibido na década de 1970.

O jogo consiste no seguinte: o apresentador Monty Hall mostrava 3 portas aos concorrentes, sabendo que atrás de uma delas está um carro e que as outras têm prêmios de pouco valor.

  1. Na 1ª etapa o concorrente escolhe uma porta (que ainda não é aberta);
  2. Em seguida Monty abre uma das outras duas portas que o concorrente não escolheu, sabendo de antemão que o carro não se encontra ali;
  3. Agora com duas portas apenas para escolher - pois uma delas já se viu, na 2ª etapa, que não tinha o prêmio - e sabendo que o carro está atrás de uma delas, o concorrente tem que se decidir se permanece com a porta que escolheu no início do jogo e abre-a ou se muda para a outra porta que ainda está fechada.
Qual é a estratégia mais lógica? Ficar com a porta escolhida inicialmente ou mudar de porta? Com qual das duas portas ainda fechadas o concorrente tem mais probabilidades de ganhar? Porquê?

A resposta intuitiva ao problema é a de que quando o apresentador revelou uma porta não-premiada, o concorrente teria à frente um novo dilema com apenas duas portas e um prêmio, portanto as chances de que o prêmio esteja em qualquer uma das duas portas seriam de 50%. O apresentador teria nos ajudado, já que nossas chances subiram de 1/3 para 1/2, mas realmente não faria diferença trocar ou não de porta uma vez que ambas teriam as mesmas chances de possuírem o prêmio.

Porém, a resposta correta e contra-intuitiva é que é vantajoso trocar. Na verdade é duas vezes mais provável ganhar o prêmio se se trocar de porta do que se não o fizer. Existem três portas - A, B e C. Quando o concorrente escolheu uma delas, digamos a A, a chance de que ela seja a premiada é de 1/3. Como conseqüência, a probabilidade de que tenha errado, ou em outras palavras, de que o prêmio esteja nas outras duas portas B ou C é de 2/3.

Entendendo isso, basta ver que o apresentador abrirá sem erro uma dessas outras duas portas que contém um prémio ruim, digamos que seja a B. Ao fazer isso, ele está lhe dando uma informação valiosa: se o prêmio estava nas outras portas que não escolheu (B ou C), então agora ele só pode estar na porta que você não escolheu e não foi aberta, ou seja, a porta C.

Isto significa que a probabilidade de 2/3 que antes estava com as portas B e C agora está
acumulada somente na porta C, enquanto que a porta A (originalmente escolhida pelo
concorrente) tem probabilidade de 1/3.

Logicamente, é mais vantajoso trocar de porta.

Este jogo é vastamente difundido mundo afora, há muitos anos, principalmente no Brasil. Ele demonstra muito bem como nosso cérebro não foi feito para lidar intuitivamente com tais tipos específicos de problemas. Felizmente pode-se resolver o problema de Monty Hall no papel de forma simples e sem erro usando o teorema de Bayes relativo às probabilidades condicionadas.

Fonte: Edward Scheinerman, Matemática Discreta - Uma Introdução.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Humidex

O humidex é um índice (computado e não medido) desenvolvido para
descrever quão quente ou úmido uma pessoa média sente o tempo
(meteorológico). Este índice combina a temperatura e umidade em um
número para refletir se o ar está sufocante ou agradável.



Baseado neste índice, sabemos que a sensação de calor quando está
30 graus e o ar está úmido é mais ou menos a mesma quando está
40 graus e o ar está seco. Contudo, deve-se ter em mente que o
índice é uma mera indicação de reações fisiológicas e não uma
medida absoluta.


No geral, o humidex só é significativo acima de 30. A fórmula é
baseada no trabalho de J. M. Masterton e F. A. Richardson de 1979.
É padrão no Canadá, podendo ter variações em outras partes do
mundo. A temperatura do ponto de orvalho (Td) deve ser dada em
Kelvins. O número mágico 5417.753 é uma constante baseada
no peso molecular da água, calor latente de evaporação e a
constante do gás ideal.

e = pressão do vapor em hPa (mbar), dada por:
e = 6.11 * exp [5417.7530 * ( (1/273.16) - (1/Td) ) ]

h = (0.5555)*(e - 10.0);
humidex = (temperatura do ar) + h

O índice é aplicado para ambientes abertos, para ambientes fechados
outros índices devem ser usados.

Fonte: Weather Office of Canada

Futebol na neve

Ontem, na última partida válida pelas eliminatórias européias da
Copa do Mundo, Polônia e Eslováquia jogaram sob a neve que caía.


Futebol sob nevasca é raro, ainda mais quando ela ocorre um pouco
antes da época normal (o que não é tão raro assim). Abaixo, o mapa de
hoje indica condições de neve mais ao sul da Polônia.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Smoke on the Water...


Na década de 70 foi sugerido que o uso de carbono negro (forma
impura de carbono gerado da combustão incompleta de combustíveis
fósseis), ou fuligem, poderia ser uma boa maneira de se modificar
o desenvolvimento (trajetória e/ou intensidade) dos ciclones tropicais.
A idéia seria queimar uma grande quantidade de petróleo pesado para
produzir um vasto número de partículas de carbono negro que,
por sua vez, seriam liberados nos vórtices que constituem a camada
limite dos ciclones tropicais.





Estes aerossóis de carbono negro produziriam uma grande fonte
de calor simplesmente por absorver a radiação solar e transferi-la
diretamente para a atmosfera. Isto provocaria o início de
tempestades, devido ao aquecimento e consequente surgimento
de correntes ascendentes, que competiriam com o núcleo convectivo
(o olho) do ciclone. Esta competição enfraqueceria a convecção nas
paredes do olho do ciclone. Contudo, a idéia jamais foi realizada na
prática.
Fonte: NOAA

14 de outubro: Dia do Meteorologista

Texto da Coordenação Geral do CPTEC/INPE:




No dia 14 de outubro comemora-se o Dia do Meteorologista. A mudança
na data que homenageia os profissionais foi solicitada pela SBMET
(Sociedade Brasileira de Meteorologia) ao CONFEA (Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia) como forma de comemorar a
regulamentação da profissão em 14 de outubro de 1980. Antes, os
profissionais celebravam a data no dia 3 de março.

A meteorologia é o estudo da física da atmosfera em diferentes
escalas, desde a global até a regional. Este conhecimento permite
descrever os fenômenos atmosféricos e realizar previsões de tempo e
clima. O profissional meteorologista realiza diversas atividades,
entre elas destacamos: a previsão de tempo , a realizaçào de pesquisa
para entender as complexas interações dos processos atmosféricos, a
modelagem dos processos atmosféricos, a realização de pesquisa com
satélites e radares meteorológicos e o trabalho de medição e
instrumentação meteorológica. A meteorologia é uma ciência onde o
conhecimento multiciplinar é fundamental, a física, matemática,
química, oceanografia, geodésia, hidrologia, estatística, ciência da
computação e até a biologia são ingredientes.

No Brasil o curso da área de ciências exatas tem duração de 5* anos.
Existe também curso técnico de meteorologia que se difere apenas do
superior pelo grau de aprofundamento das matérias.

A meteorologia é uma atividade que está em desenvolvimento e oferece
possibilidades de empregos tanto nos setores privados como públicos.

O CPTEC parabeniza todos os profissionais da meteorologia que dia a
dia contribuem para o desenvolvimento da área.

Atenciosamente,
Coordenação Geral

* Nota do blog: Não são 4 anos de curso?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A SAL e os Ciclones Tropicais


A Camada de Ar Saariana (Saharan Air Layer - SAL) é uma massa
de ar muito seca, frequentemente em forma de poeira, que se
desenvolve sobre o Deserto do Saara no final da primavera, verão e
início do outono e normalmente move-se sobre o Atlântico
tropical.

A SAL tende a se extender verticalmente entre 1500 e 6000m na
atmosfera e está associada à grandes quantidades de poeira mineral,
à valores de umidade 50% inferiores a uma típica sondagem
tropical e à ventos fortes (entre 10 e 25 m/s).

Estudos indicam que a SAL tem impacto negativo na intensidade
de ciclones tropicais. O ar seco da SAL enfraquece o ciclone tropical
por inibir as correntes ascendentes na tempestade, enquanto seus
ventos fortes podem aumentar substancialmente o cisalhamento
vertical do vento em torno da tempestade.

A SAL pode cobrir uma área do tamanho do EUA e sua trajetória
pode alcançar o Mar do Caribe, América Central e o Golfo do México.
Abaixo, a Figura mostra a SAL e o furacão Erin em 2001.


Referencias:
Dunion, J.P., and C.S. Velden, 2004: The impact of the Saharan Air Layer on Atlantic tropical cyclone activity. Bull. Amer. Meteor. Soc., vol. 85 no. 3, 353-365.
Fonte: NOAA

Furacões Tipo Cabo Verde


Furacões tipo Cabo Verde são aquelas tempestades do Atlântico tropical
que se desenvolvem próximas às Ilhas Cabo Verde e então se tornam
furacões antes de alcançarem o Caribe. Normalmente ocorrem em
agosto e setembro, mas em anos raros (como em 1995) podem ocorrer
de julho à outubro. O número de ocorrências varia de zero à 5 por ano,
com uma média de aproximadamente 2. Abaixo, as trajetórias (storm tracks)
típicas deste tipo de furacão.

Fonte: NOAA

Interação entre ondas atmosféricas

Revisão sobre ondas atmosféricas:

As ondas curtas são perturbações inseridas nas ondas longas.
Normalmente propagam-se rapidamente para leste. Enfraquecem-se
quando se propagam em direção a uma crista de onda longa
e se intensificam quando se propagam em direção a um
cavado de onda longa. São mais observadas em níveis médios
e a advecção de vorticidade relativa é bem maior que a
advecção de vorticidade planetária.

No geral, considera-se uma onda curta progressiva
aquela que se move na mesma direção que o escoamento de
grande escala e de regressiva aquela que se move no sentido
contrário. Abaixo, a Figura mostra a evolução de ondas curtas
(shortwave) dentro de uma onda longa (longwave). Nota-se que
as ondas curtas se propagam mais rapidamente que a onda
longa, e que as ondas 1 e 2 enfraqueceram quando se aproximaram
da crista da onda longa, ao contrário da onda 3, que se intensificou
(e aprofundou o cavado da onda longa).



Figura 1. Campo de Altura Geopotencial em 500 mb. As linhas tracejadas identificam as ondas curtas e os símbolos L e H representam centros de Baixa e Alta pressão, respectivamente.

El Niño: Consenso da América do Norte

Países da América do Norte chegam ao consenso sobre a definição de
El Niño


Em fevereiro de 2005, NOAA, Meteorological Service of Canada e o
Serviço Nacional de Meteorologia do México concordaram na definição do
índice para medir o fenômeno ENSO (El Ninõ - Oscilação Sul). "Esta
concordância na definição de El-Niño, La-Niña e das fases neutras, que nos
permitirá um diagnóstico objetivo de uma maneira uniforme na América
do Norte, servirá melhor ao público em geral", disse Michel Rosengaus,
chefe do Serviço de Meteorologia do México.

O índice é medido a partir da temperatura média de três meses consecutivos extraídos
em uma região crítica do Pacífico Equatorial, o Niño 3.4 (120-170W, 5N-5S).
Esta região contém o que os cientistas chamam de "língua fria equatorial",
uma banda de água fria que se extende ao longo do equador partindo da
costa sul-americana até o Pacífico central. A temperatura média da superfície
do mar nesta região é de extrema importância na determinação das maiores
mudanças nos regimes de precipitação tropical, que influencia nas correntes
de jato e nos padrões de temperatura e precipitação em todo o mundo.

Assim, as definições de ENSO baseadas no índice são: El Niño - temperatura
da superfície do mar (TSM) na região do Niño 3.4 maior do que a média
climatológica (2071-2000) em 0.5°C (0.9°F) durante três meses
consecutivos; La Niña - TSM no Niño 3.4 menor do que a média climatológica
em 0.5°C (0.9°F) por três meses consecutivos.

Fonte: NOAA

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

cavado "chutador"

Efeitos de um cavado de onda curta de barlavento em um cavado de onda longa

Quando um cavado de onda curta de escoamento de oeste se aproxima de um cavado estacionário de onda longa, ou quando um cavado de onda curta está inserido em fracos escoamentos de oeste em direção ao Equador (no Hemisfério Norte), o L (comprimento de onda efetivo) diminui e o cavado estacionário torna-se progressivo quando a advecção de vorticidade torna-se importante. No âmbito meteorológico diz-se que o cavado de onda curta “chutou” o estacionário, daí o nome de “cavado chutador” (kicker trough). A figura abaixo mostra este tipo de configuração no Hemisfério Norte.