sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nuvens Orográficas

Nuvens orográficas se formam quando a corrente de ar ascende
(ao atingir uma montanha), se resfria e condensa. O vídeo
abaixo sintetiza a formação, desenvolvimento e comportamento
deste tipo de nuvem através de algumas observações.



Até mais.

Smile

Imagem rara, de um tipo de arco-íris invertido, em formato de
sorriso. E mais abaixo nota-se um outro fenômeno ótico similar,
na diagonal.




De acordo com o autor da foto, o fenomeno da parte superior é um
arco circunzenital e o de baixo um arco supralateral. Ambos se
formaram devido à coincidência da posição do sol, do espectador e
das partículas suspensas que servem de refração/reflexão. Se um
desses fenômenos já é raro, dois ao mesmo tempo então...

Até mais.

Fonte: flickr, by Yezzer

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apertem os cintos

No interior de uma nuvem Cb a turbulência pode
ser tão forte que dificilmente um avião consegue
atravessá-la. Por isso que este tipo de nuvem
é sempre evitada pelos pilotos.

Contudo, mesmo a periferia de uma cumulonimbus
pode acarretar em perigo para as aeronaves devido
à turbulência por entranhamento e ao granizo.

E quando um piloto não consegue evitar este tipo
de transtorno, ele deve-se contentar em conseguir pousar
a aeronave...






Fonte: meteopt.com/forum, by Luis França

Até mais.

Raio em árvore

Em ambientes planos, as árvores são os principais
meios de contato entre a superfície e a nuvem. É por
isso que devem ser evitadas em tempestades elétricas,
como mostra o vídeo abaixo:



Até mais.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Arco-Íris raro

Em poucas palavras, a ocorrência do arco-íris depende
da existência de gotículas de água suspensas no ar. A
luz branca do sol inside na gotícula que separa os 7
diferentes comprimentos de onda.




E nos raros casos onde cristais de gelo, encontrados nas
bordas das nuvens, possuem caraterísticas óticas similares
às das gotículas de água, temos o seguinte fenômeno:



O processo ótico é similar ao da formação do halo, porém
neste caso a nuvem participa fundamentalmente.

Um jogador incoveniente

O mecanismo de formação dos Dust Devils ainda não são
bem entendidos; mas sabe-se que a formação depende,
basicamente, de três fatores: forte (e diferencial)
aquecimento superficial, corrente ascendente (pluma) e
forte cisalhamento do vento.

Os Dust Devils ocorrem em condições de céu claro e
tempo seco. Normalmente são menores, menos intensos e
menos duradouros que os tornados.

Contudo, não são bem-vindos. Ainda mais numa partida de
futebol...

A Gaiola de Faraday

Sempre se diz que no caso de uma tempestade elétrica um
dos locais mais seguros para se estar é dentro de um carro.
Isto se deve ao chamado efeito da "Gaiola de Faraday", e não
devido ao efeito da borracha dos pneus (como ainda pensam
alguns). A teoria da "gaiola" diz que a descarga elétrica
sobre um automóvel se distribui na sua carcaça, restando seu
interior sem carga elétrica nenhuma.

Uma prova disto pode ser vista no vídeo abaixo:



Até mais.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Onda de Gravidade - Vídeo

Na graduação em meteorologia, muito se fala e se estuda sobre
ondas de gravidade. Mas como ela se comporta na atmosfera?

Ei-la:


Até mais.

... and Fire in the Sky

Depois de Smoke on the Water (Papo de Meteoro - Blog sobre Meteorologia: Smoke on the Water...), temos o Fire in the Sky:



Creio que deva ser mesmo o reflexo da luz do sol em uma trilha de condensação (contrail), deixada por algum avião a jato.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Freezing Rain

Freezing rain é a chuva que congela quando atinge um alvo material. Tais
alvos - solo ou objetos sobre a superfície do solo - devem estar com uma
temperatura igual ou inferior a do congelamento (0°C), enquanto que as
gotas de chuva devem estar superresfriadas.

Normalmente, este tipo de precipitação ocorre como condição transiente entre
a precipitação de chuva e a de flocos de neve. Abaixo, fotos de Versoix, Suiça,
após uma precipitação espetacular de freezing rain.


Fonte: meteopt.com/forum, by Fernando e Luis França

Bigornas de Cbs

Fotos de bigornas (topos) de nuvens cumulonimbus, tiradas de altos níveis.


Fonte: meteopt.com/forum, by Vince
Copyrights: Mathieu Neuforge

Nuvens sobre montanhas

Fotos tiradas de nuvens sobre montanhas. Abaixo, as nuvens sobre uma
onda de sotavento (lee wave).


Abaixo, uma nuvem sendo tragada pela corrente descendente à sotavento da montanha.


Fonte: meteopt.com/forum, by Vince
Copyrights: Mathieu Neuforge

domingo, 18 de outubro de 2009

Tornados de fogo na natureza

Agora, fotos de tornados de fogo observados em incêndios e queimadas.














Tornado de Fogo no Meteotron: Parte II

Mecanismos Físicos para a Produção de Vórtices - Experimento Meteotron

A emissão de gases quentes devido ao fogo produz uma pluma flutuante muito quente que ascende. Correntes ascendentes são mais intensas ao longo da linha central: as forças internas de flutuação produzem tubos de vórtices que são anéis circulares concêntricos com o eixo vertical.

Como mostrado na figura abaixo, a circulação resultante na periferia da pluma provoca o entranhamento (devido à ação da turbulência de pequena escala) do ar ambiente.



Desta forma, é necessário estabelecer uma relação (interação) entre a pluma e o ambiente ao redor (condições atmosféricas). As figuras abaixo mostram os três estágios da formação do vórtice devido à iteração com o ambiente ao redor.








No caso de condições atmosféricas favoráveis, especialmente a componente longitudinal do vento, pode ocorrer a formação de dois vórtices em baixos níveis, como mostrado na figura abaixo (foto tirada à sotavento) – o vórtice à esquerda do maçarico, de circulação ciclônica, tem 1 m de diâmetro e o da direita, de circulação anticiclônica, tem 1.5m de diâmetro.



A figura abaixo mostra o esquema que representa a figura acima.


Referência:
Church et al. (1980), Bull. Amer. Meteorol. Soc., 61, 682-694.


Tornado de Fogo no Meteotron: Parte I

Intensos vórtices de pequena escala são sempre associados à flutuação de plumas térmicas. De um modo mais raro, tais plumas podem ser geradas pelo fogo, o que gera o tornado de fogo.
Church et al. (1980) relata a análise de vórtices produzidos no experimento chamado Meteotron. Este experimento foi realizado na no Platô de Lannemezan, França, entre 1978 e 1979 (neste trabalho, observações datam a partir de 1961), pelo Centro de Pesquisas Atmosféricas Henri Dessens.

O experimento consistia de uma estrutura de aproximadamente 140m X 140m X 60m de tamanho com 105 grandes maçaricos, dispostos em três armações espirais, que geravam um total de 1000 MW de calor. Um grande conjunto de instrumentos foi instalado nas imediações da base da pluma para medir características como convergência e vorticidade média.






Na vertical, uma série de anemômetros 3D e termômetros foram instalados em estruturas suspensas por cabos, como mostrado na figura abaixo.



Cada um dos maçaricos gerava uma pequena pluma de fogo (ou de fumaça) que se fundiam para formar uma grande coluna de fumaça negra associada com a combustão. No experimento foram observados três diferentes tipos de vórtices:

1) A maior; mas talvez menos intensa configuração de vórtice que ocorreu sob condições de instabilidade térmica com fracos ventos horizontais de superfície. Em 30-40m de altura acima do nível em que as pequenas plumas se fundem, se observou um bifurcamento em dois vórtices de rotações contrárias como mostrado abaixo.



2) Intensos núcleos de vórtices que se assemelham a dust devils. Ocorrem sob condições de instabilidade moderada e ventos moderados ou fracos e aparecem preferencialmente em incêndios ou queimadas. O tempo de vida destes vórtices variou de poucos segundos a poucos minutos, com raros casos de durarem por vários minutos. O diâmetro do vórtice variou de 0.2 à 2m. Na figura abaixo, um exemplo deste tipo de vórtice, em que a parte inferior pode ser notada pela rotação da poeira e a parte superior pela rotação da fumaça, já fundindo com a pluma principal.



3) O mais intenso e mais raro tipo de vórtice. Em quase vinte anos de Meteotron, foi observado somente duas vezes. Trata-se de um vórtice grande (40m de diâmetro) e persistente (15 min.). O vento no seu interior interagiu com o fogo e foi tão intenso que apagou três maçaricos. Mesmo depois de todos os maçaricos se apagarem, um núcleo central de 1-2m de diâmetro permaneceu por vários minutos. Neste dia a atmosfera estava instável, mas com ventos fracos. A figura abaixo mostra este caso (momentos depois que os maçaricos foram apagados).




Referência:
Church et al. (1980), Bull. Amer. Meteorol. Soc., 61, 682-694.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Estatística Básica: Problema de Monty Hall

O problema de Monty Hall ou paradoxo de Monty Hall é um problema matemático que surgiu a partir de um concurso televisivo dos Estados Unidos da América chamado Let’s Make a Deal, exibido na década de 1970.

O jogo consiste no seguinte: o apresentador Monty Hall mostrava 3 portas aos concorrentes, sabendo que atrás de uma delas está um carro e que as outras têm prêmios de pouco valor.

  1. Na 1ª etapa o concorrente escolhe uma porta (que ainda não é aberta);
  2. Em seguida Monty abre uma das outras duas portas que o concorrente não escolheu, sabendo de antemão que o carro não se encontra ali;
  3. Agora com duas portas apenas para escolher - pois uma delas já se viu, na 2ª etapa, que não tinha o prêmio - e sabendo que o carro está atrás de uma delas, o concorrente tem que se decidir se permanece com a porta que escolheu no início do jogo e abre-a ou se muda para a outra porta que ainda está fechada.
Qual é a estratégia mais lógica? Ficar com a porta escolhida inicialmente ou mudar de porta? Com qual das duas portas ainda fechadas o concorrente tem mais probabilidades de ganhar? Porquê?

A resposta intuitiva ao problema é a de que quando o apresentador revelou uma porta não-premiada, o concorrente teria à frente um novo dilema com apenas duas portas e um prêmio, portanto as chances de que o prêmio esteja em qualquer uma das duas portas seriam de 50%. O apresentador teria nos ajudado, já que nossas chances subiram de 1/3 para 1/2, mas realmente não faria diferença trocar ou não de porta uma vez que ambas teriam as mesmas chances de possuírem o prêmio.

Porém, a resposta correta e contra-intuitiva é que é vantajoso trocar. Na verdade é duas vezes mais provável ganhar o prêmio se se trocar de porta do que se não o fizer. Existem três portas - A, B e C. Quando o concorrente escolheu uma delas, digamos a A, a chance de que ela seja a premiada é de 1/3. Como conseqüência, a probabilidade de que tenha errado, ou em outras palavras, de que o prêmio esteja nas outras duas portas B ou C é de 2/3.

Entendendo isso, basta ver que o apresentador abrirá sem erro uma dessas outras duas portas que contém um prémio ruim, digamos que seja a B. Ao fazer isso, ele está lhe dando uma informação valiosa: se o prêmio estava nas outras portas que não escolheu (B ou C), então agora ele só pode estar na porta que você não escolheu e não foi aberta, ou seja, a porta C.

Isto significa que a probabilidade de 2/3 que antes estava com as portas B e C agora está
acumulada somente na porta C, enquanto que a porta A (originalmente escolhida pelo
concorrente) tem probabilidade de 1/3.

Logicamente, é mais vantajoso trocar de porta.

Este jogo é vastamente difundido mundo afora, há muitos anos, principalmente no Brasil. Ele demonstra muito bem como nosso cérebro não foi feito para lidar intuitivamente com tais tipos específicos de problemas. Felizmente pode-se resolver o problema de Monty Hall no papel de forma simples e sem erro usando o teorema de Bayes relativo às probabilidades condicionadas.

Fonte: Edward Scheinerman, Matemática Discreta - Uma Introdução.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Humidex

O humidex é um índice (computado e não medido) desenvolvido para
descrever quão quente ou úmido uma pessoa média sente o tempo
(meteorológico). Este índice combina a temperatura e umidade em um
número para refletir se o ar está sufocante ou agradável.



Baseado neste índice, sabemos que a sensação de calor quando está
30 graus e o ar está úmido é mais ou menos a mesma quando está
40 graus e o ar está seco. Contudo, deve-se ter em mente que o
índice é uma mera indicação de reações fisiológicas e não uma
medida absoluta.


No geral, o humidex só é significativo acima de 30. A fórmula é
baseada no trabalho de J. M. Masterton e F. A. Richardson de 1979.
É padrão no Canadá, podendo ter variações em outras partes do
mundo. A temperatura do ponto de orvalho (Td) deve ser dada em
Kelvins. O número mágico 5417.753 é uma constante baseada
no peso molecular da água, calor latente de evaporação e a
constante do gás ideal.

e = pressão do vapor em hPa (mbar), dada por:
e = 6.11 * exp [5417.7530 * ( (1/273.16) - (1/Td) ) ]

h = (0.5555)*(e - 10.0);
humidex = (temperatura do ar) + h

O índice é aplicado para ambientes abertos, para ambientes fechados
outros índices devem ser usados.

Fonte: Weather Office of Canada

Futebol na neve

Ontem, na última partida válida pelas eliminatórias européias da
Copa do Mundo, Polônia e Eslováquia jogaram sob a neve que caía.


Futebol sob nevasca é raro, ainda mais quando ela ocorre um pouco
antes da época normal (o que não é tão raro assim). Abaixo, o mapa de
hoje indica condições de neve mais ao sul da Polônia.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Smoke on the Water...


Na década de 70 foi sugerido que o uso de carbono negro (forma
impura de carbono gerado da combustão incompleta de combustíveis
fósseis), ou fuligem, poderia ser uma boa maneira de se modificar
o desenvolvimento (trajetória e/ou intensidade) dos ciclones tropicais.
A idéia seria queimar uma grande quantidade de petróleo pesado para
produzir um vasto número de partículas de carbono negro que,
por sua vez, seriam liberados nos vórtices que constituem a camada
limite dos ciclones tropicais.





Estes aerossóis de carbono negro produziriam uma grande fonte
de calor simplesmente por absorver a radiação solar e transferi-la
diretamente para a atmosfera. Isto provocaria o início de
tempestades, devido ao aquecimento e consequente surgimento
de correntes ascendentes, que competiriam com o núcleo convectivo
(o olho) do ciclone. Esta competição enfraqueceria a convecção nas
paredes do olho do ciclone. Contudo, a idéia jamais foi realizada na
prática.
Fonte: NOAA

14 de outubro: Dia do Meteorologista

Texto da Coordenação Geral do CPTEC/INPE:




No dia 14 de outubro comemora-se o Dia do Meteorologista. A mudança
na data que homenageia os profissionais foi solicitada pela SBMET
(Sociedade Brasileira de Meteorologia) ao CONFEA (Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia) como forma de comemorar a
regulamentação da profissão em 14 de outubro de 1980. Antes, os
profissionais celebravam a data no dia 3 de março.

A meteorologia é o estudo da física da atmosfera em diferentes
escalas, desde a global até a regional. Este conhecimento permite
descrever os fenômenos atmosféricos e realizar previsões de tempo e
clima. O profissional meteorologista realiza diversas atividades,
entre elas destacamos: a previsão de tempo , a realizaçào de pesquisa
para entender as complexas interações dos processos atmosféricos, a
modelagem dos processos atmosféricos, a realização de pesquisa com
satélites e radares meteorológicos e o trabalho de medição e
instrumentação meteorológica. A meteorologia é uma ciência onde o
conhecimento multiciplinar é fundamental, a física, matemática,
química, oceanografia, geodésia, hidrologia, estatística, ciência da
computação e até a biologia são ingredientes.

No Brasil o curso da área de ciências exatas tem duração de 5* anos.
Existe também curso técnico de meteorologia que se difere apenas do
superior pelo grau de aprofundamento das matérias.

A meteorologia é uma atividade que está em desenvolvimento e oferece
possibilidades de empregos tanto nos setores privados como públicos.

O CPTEC parabeniza todos os profissionais da meteorologia que dia a
dia contribuem para o desenvolvimento da área.

Atenciosamente,
Coordenação Geral

* Nota do blog: Não são 4 anos de curso?

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A SAL e os Ciclones Tropicais


A Camada de Ar Saariana (Saharan Air Layer - SAL) é uma massa
de ar muito seca, frequentemente em forma de poeira, que se
desenvolve sobre o Deserto do Saara no final da primavera, verão e
início do outono e normalmente move-se sobre o Atlântico
tropical.

A SAL tende a se extender verticalmente entre 1500 e 6000m na
atmosfera e está associada à grandes quantidades de poeira mineral,
à valores de umidade 50% inferiores a uma típica sondagem
tropical e à ventos fortes (entre 10 e 25 m/s).

Estudos indicam que a SAL tem impacto negativo na intensidade
de ciclones tropicais. O ar seco da SAL enfraquece o ciclone tropical
por inibir as correntes ascendentes na tempestade, enquanto seus
ventos fortes podem aumentar substancialmente o cisalhamento
vertical do vento em torno da tempestade.

A SAL pode cobrir uma área do tamanho do EUA e sua trajetória
pode alcançar o Mar do Caribe, América Central e o Golfo do México.
Abaixo, a Figura mostra a SAL e o furacão Erin em 2001.


Referencias:
Dunion, J.P., and C.S. Velden, 2004: The impact of the Saharan Air Layer on Atlantic tropical cyclone activity. Bull. Amer. Meteor. Soc., vol. 85 no. 3, 353-365.
Fonte: NOAA

Furacões Tipo Cabo Verde


Furacões tipo Cabo Verde são aquelas tempestades do Atlântico tropical
que se desenvolvem próximas às Ilhas Cabo Verde e então se tornam
furacões antes de alcançarem o Caribe. Normalmente ocorrem em
agosto e setembro, mas em anos raros (como em 1995) podem ocorrer
de julho à outubro. O número de ocorrências varia de zero à 5 por ano,
com uma média de aproximadamente 2. Abaixo, as trajetórias (storm tracks)
típicas deste tipo de furacão.

Fonte: NOAA

Interação entre ondas atmosféricas

Revisão sobre ondas atmosféricas:

As ondas curtas são perturbações inseridas nas ondas longas.
Normalmente propagam-se rapidamente para leste. Enfraquecem-se
quando se propagam em direção a uma crista de onda longa
e se intensificam quando se propagam em direção a um
cavado de onda longa. São mais observadas em níveis médios
e a advecção de vorticidade relativa é bem maior que a
advecção de vorticidade planetária.

No geral, considera-se uma onda curta progressiva
aquela que se move na mesma direção que o escoamento de
grande escala e de regressiva aquela que se move no sentido
contrário. Abaixo, a Figura mostra a evolução de ondas curtas
(shortwave) dentro de uma onda longa (longwave). Nota-se que
as ondas curtas se propagam mais rapidamente que a onda
longa, e que as ondas 1 e 2 enfraqueceram quando se aproximaram
da crista da onda longa, ao contrário da onda 3, que se intensificou
(e aprofundou o cavado da onda longa).



Figura 1. Campo de Altura Geopotencial em 500 mb. As linhas tracejadas identificam as ondas curtas e os símbolos L e H representam centros de Baixa e Alta pressão, respectivamente.

El Niño: Consenso da América do Norte

Países da América do Norte chegam ao consenso sobre a definição de
El Niño


Em fevereiro de 2005, NOAA, Meteorological Service of Canada e o
Serviço Nacional de Meteorologia do México concordaram na definição do
índice para medir o fenômeno ENSO (El Ninõ - Oscilação Sul). "Esta
concordância na definição de El-Niño, La-Niña e das fases neutras, que nos
permitirá um diagnóstico objetivo de uma maneira uniforme na América
do Norte, servirá melhor ao público em geral", disse Michel Rosengaus,
chefe do Serviço de Meteorologia do México.

O índice é medido a partir da temperatura média de três meses consecutivos extraídos
em uma região crítica do Pacífico Equatorial, o Niño 3.4 (120-170W, 5N-5S).
Esta região contém o que os cientistas chamam de "língua fria equatorial",
uma banda de água fria que se extende ao longo do equador partindo da
costa sul-americana até o Pacífico central. A temperatura média da superfície
do mar nesta região é de extrema importância na determinação das maiores
mudanças nos regimes de precipitação tropical, que influencia nas correntes
de jato e nos padrões de temperatura e precipitação em todo o mundo.

Assim, as definições de ENSO baseadas no índice são: El Niño - temperatura
da superfície do mar (TSM) na região do Niño 3.4 maior do que a média
climatológica (2071-2000) em 0.5°C (0.9°F) durante três meses
consecutivos; La Niña - TSM no Niño 3.4 menor do que a média climatológica
em 0.5°C (0.9°F) por três meses consecutivos.

Fonte: NOAA

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

cavado "chutador"

Efeitos de um cavado de onda curta de barlavento em um cavado de onda longa

Quando um cavado de onda curta de escoamento de oeste se aproxima de um cavado estacionário de onda longa, ou quando um cavado de onda curta está inserido em fracos escoamentos de oeste em direção ao Equador (no Hemisfério Norte), o L (comprimento de onda efetivo) diminui e o cavado estacionário torna-se progressivo quando a advecção de vorticidade torna-se importante. No âmbito meteorológico diz-se que o cavado de onda curta “chutou” o estacionário, daí o nome de “cavado chutador” (kicker trough). A figura abaixo mostra este tipo de configuração no Hemisfério Norte.






Vinho Inglês?

A uva sauvignon blanc, matéria prima do clássico vinho
branco, é vastamente plantada na França, Califórnia, África
do Sul e Nova Zelândia; restando nenhuma tradição para
Inglaterra devido às baixas temperaturas médias na
Grã-Bretanha.

Contudo, este panorama vem mudando. Cris White, gerente
vinícola em Denbis (UK), disse que o clima mais quente tem
alavancado a produção de vinho: a plantação média de
uvas aumentou 15% nos últimos 20 anos.


Somente nos últimos 5 anos, a área plantada destinada à produção
de vinho aumentou 50% na Inglaterra. Especialmente com
relação aos espumantes, as projeções britânicas são ótimas, ainda
mais que a França têm se tornado incomodamente quente para
a produção de algumas variedades.

"Em 20 anos a Inglaterra se tornará famosa pela produção do mais
fino espumante do mundo", diz o vinicultor Michael Roberts. Já na
França, os produtores estão apreensivos. Em carta aberta ao
presidente Sarkozy, 50 lideranças vinícolas disseram que "o
aquecimento global ameaça o equilíbrio das nossas vinhas e
a alma dos nossos vinhos", e pediram medidas enérgicas por
parte do representante francês na covenção de Copenhagen.

A ameaça não é em vão. Duas das maiores produtoras de champagne
já visitaram as vinículas inglesas com intenção de investimentos.

Fonte: The Sunday Times


Tempestade de areia na Austrália

Foto, do NOAA, da tempestade de areia que ocorre atualmente
na Austrália, na retaguarda de um ciclone extratropical.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Diretório do linux

Email enviado por Mateus Teixeira (08/10/2009):


Essa é pra quem se sente meio perdido nos diretórios do linux.
Explica a hierarquia e o propósito de cada diretório.

http://www.tldp. org/LDP/Linux- Filesystem- Hierarchy/ html/c23. html

Até

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CPTEC - 15 Anos

Link com a agenda da Comemoração dos 15 anos do CPTEC/INPE:

http://www7.cptec.inpe.br/~rwww/15anos/

Verbas ambientais e olímpicas

Texto publicado pela ONG Radar Verde, dica de Vlamir da Silva Jr.:

Devo não nego, pago quando puder

Na semana passada todos os meio de comunicação anunciaram a eleição do nosso país para sede das Olímpiadas de 2016 e eu permaneci invariavelmente contra essa decisão. Eu tenho diversos motivos sociais e econômicos para permanecer do “lado negro da força”, mas como esse blog trata de assuntos ambientais, vou listar 5 motivos verdes para justificar minha posição e utilizando a maior desculpa quando se trata de assuntos ambientais: Não temos verba.

  1. Cerca de 16% da Floresta Amazônica já foi devastada, o equivalente a dois estados e meio de São Paulo. Poderíamos aumentar a fiscalização? Não temos verba.
  2. Durante a expedição Tietê, observou-se trechos do rio em que o nível de oxigênio era zero devido a quantidade de sujeira despejada naquela região. Despoluição do rio? Não temos verba.
  3. O Parque Nacional da Serra da Canastra abriga a primeira nascente do Rio São Francisco e conta com pouquíssimos funcionários para sua conservação. Melhorar as condições do parque estenderia os benefícios até o nordeste do nosso país, onde o velho Chico chega? Não temos verba.
  4. Apenas 14% da população brasileira é atendida com coleta seletiva de lixo, sendo que metade desse valor se concentra na região sudeste. A coleta seletiva também pode movimentar a economia. Mas não temos verba.
  5. A ONG Nordesta realiza um excelente trabalho de conservação ambiental no nordeste brasileiro com investimentos Suíços e Franceses, trazidos por Anita Studer. Por que? Porque não temos verba.

Mas e os 25bi que serão investidos na construção da Cidade Olímpica?

Para receber visitas, arrumamos primeiramente a residência.

Esse investimento vai trazer melhorias para o Rio de Janeiro e para a população, mas acredito que isso acontecerá indiretamente e a longo prazo. Tudo o que citei aqui é apenas uma parcela da gama de problemas que enfrentamos no nosso país e que cada um nós pode sentir analisando apenas o contexto em que vive.

Se o mapa constando as cidades que já foram sede dos jogos olímpicos não mostrou nenhum país da América do Sul, é porque a comissão acha(va) que aqui havia questões a serem tratadas primeiramente. E há.

P.s.: Que nosso mascote não seja uma mulher de biquíni. Preciso dizer que temos coisas mais interessantes para mostrar?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um pouco sobre o modelo LES: Parte II


Pode-se dizer que a idéia original empregada no modelo
LES foi baseada em Deardorff (1970 e 1972), cuja
aplicação é uma aproximação do trabalho de Smagorinsky
et al. (1965) e com determinação da física de subgrade
baseada em Smagorinsky (1963) e Lilly (1967) – este
último que, por sua vez, baseou-se na teoria do subintervalo
inercial de Kolmogorov de 1941, como citado em
Wyngaard (2004).



Salientando que boa parte, se não toda, da idéia de
turbulência na CLP é baseada na teoria de Richardson,
Frisch (1995) indica que Kolmogorov também baseou
seu trabalho na teoria da cascata de energia. Contudo,
como o processo de desenvolvimento do LES foi realizado
por mais de um cientista, não é fácil identificar a origem
da filosofia do modelo. Assim, é comum organizarmos a
autoria do LES em ordem cronológica dos trabalhos, i.e.,
Smagorinsky (1963), Lilly (1967) e Deardorff (1970),
como descrito em Pope (2004). Entretanto, ressalta-se
que a essência do LES foi inventada por Lilly, como
declarado mais recentemente pelo próprio Smagorinsky (KANAK, 2004).


Referências:

DEARDORFF, J. W. A numerical study of three-dimensional turbulent channel flow at large Reynolds numbers. J. Fluid Mech., v. 41, p. 453-480. 1970.
DEARDORFF, J. W. Numerical investigation of neutral and unstable planetary boundary layers. J. Atmos. Sci., v. 29, p. 91-115. 1972.
FRISCH, U. Turbulence: The Legacy of A. N. Kolmogorov. Cambridge University Press. 1995. 296 pp.
KANAK, K. M. Douglas K. Lilly: a biography. In: FEDOROVICH, E.; ROTUNNO, R.; STEVENS, B. (Ed). Atmospheric Turbulence and Mesoescale Meteorology. Cambridge University Press, 2004. p. 1-14.
LILLY, D. K. The representation of small-scale turbulence in numerical simulation experiments. In: Pro. IBM Scientific Computing Symposium on Environmental Sciences, IBM Form N. 320-1951, 1967. p. 195-210.
POPE, S. B. Ten questions concerning the large-eddy simulation of turbulent flows. New J. of Phys., v. 6, p. 1-24. 2004.
SMAGORINSKY, J. General circulation experiments with the primitive equations. Mon. Wea. Rev., v. 91, p. 99-164.1963.
SMAGORINSKY, J.; MANABE, S.; HOLLOWAY, J. L. Numerical results from a nine level general circulation model of the atmosphere. Mon. Wea. Rev., v. 93, p. 727-768. 1965.
WYNGAARD, J. C. Changing the face of small-scale meteorology, In: FEDOROVICH, E.; ROTUNNO, R.; STEVENS, B. (Ed). Atmospheric Turbulence and Mesoescale Meteorology. Cambridge University Press. 2004. p. 17-34.

Um pouco sobre o modelo LES: Parte I

Um pouco sobre a origem da simulação de grandes
vórtices:

Na Camada Limite Planetária (CLP), os maiores vórtices,
por possuírem maior parte da energia, são os principais
responsáveis pelas características físicas da camada –
especialmente a Camada Limite Convectiva (CLC).
São esses vórtices que transportam quase toda a grandeza
de fluxos de calor e momentum e ocupam uma
proporção razoável (embora normalmente menos de 50%)
da camada devido às suas dimensões.

Assim, o modelo de simulação de grandes vórtices, ou
modelo LES (Large-Eddy Simulation), tem como filosofia
a simulação do comportamento dos vórtices que contêm
energia e a parametrização dos menores. A separação
entre os vórtices é feita através de um filtro passa-baixa,
ou seja, os vórtices de menor freqüência (maiores
comprimentos de onda) são filtrados e simulados,
enquanto que os de maior freqüência são parametrizados.

Chamamos a escala dos grandes vórtices de escala
resolvida, enquanto que a escala dos menores vórtices
é chamada de escala de subgrade, ou escala de subfiltro.
Por isso, diz-se que a filosofia do LES situa-se entre a
Simulação Numérica Direta (DNS) e a Média de
Reynolds em Navier-Stokes (RANS), pois não simula
todas as escalas como no DNS, mas parametriza os
menores movimentos, como no RANS.

Dicas F90

Dica enviada por Mateus Teixeira (27/01/2008):

Aí cambada,
Umas dicas úteis pra quem programa em Fortran 90 ( e até para as versões anteriores):
Abraço,
Mateus


A Força das Águas em Pelotas/RS - vídeo

Dica de Vilson Ávila, em 19/02/2009:



dica - scripts shell

Enviado pelo Mateus Teixeira (27/05/2008):

Pra quem gosta de ficar a par das novidades linuxeiras, em especial
sobre o projeto Fedora, vale a pena dar uma olhada neste site:

http://www.projetof edora.org/ Revista
É da revista Fedora Brasil. Além de dar novidades e notícias,
a partir da primeira edição (só há duas) eles começaram um
tutorial sobre scripts shell.
Interessante para quem está começando ou pretende se iniciar
neste ambiente.
Até.

Nova Pós em Ciências Climáticas: UFRN



A Universidade Federal do Rio Grande do Norte
iniciará o programa de pós-graduação em Ciências
Climáticas
, em parceria com o INPE e o INPE/CRN.

De acordo com as informações, o programa foi
recomendado e aprovado com conceito 4 na CAPES.
Espera-se que em breve novos docentes integrem o
corpo docente nas áreas de Meteorologia, Climatologia,
Oceanografia Física, Instrumentação e Modelagem Numérica.

Vagas - Marinha do Brasil: pesquisador

Vagas para pesquisador na Marinha:

No período de 03 a 25 de outubro de 2009 estarão
abertas as inscrições para a realização de concurso
público para as carreiras de Ciência e Tecnologia,
destinado ao provimento de cargos efetivos no Quadro
de Pessoal do Comando da Marinha. Há uma vaga
para pesquisador com curso superior em Ciências
Exatas
e da Terra com Mestrado em Oceanografia
Física
na cidade de Arraial do Cabo – RJ. A
remuneração é de R$6.936,07.

Mais informações em:
http://www.pciconcursos.com.br/concurso/marinha-do-brasil-108-vagas

vagas para mestrado na UFSM

Vagas para mestrado na UFSM:


Estão abertas as inscrições para seleção do mestrado
na Universidade Federal de Santa Maria (RS). São seis
vagas nas áreas de Micrometeorologia e Climatologia.
O processo seletivo inclui prova, análise de histórico escolar
e científico, além de entrevista com o candidato. As
inscrições estão abertas até 30 de outubro.

Mais detalhes em:

http://www.sbmet.org.br/userfiles/edital1801.pdf

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A ciência por Lord Kelvin

Interessante (embora conhecida) citação de Lord Kelvin,
no final do século XIX, no Popular Lectures and Addresses
(tradução livre):

"Quando você consegue mensurar aquilo que você defende,
e expressá-lo em números, você sabe algo sobre o
assunto; mas quando você não consegue expressá-lo
em números, seu conhecimento sobre o assunto é um
tanto pobre e insatisfatório: pode ser o início de um
conhecimento, mas você dificilmente avançará ao
status de (fazer) ciência."

Suponho que se possa substituir a palavra "números"
por "códigos" para que a citação extrapole o campo
das ciências exatas.

Até.

Tufão sobre as Filipinas

Dica do Mateus Teixeira



Imagem de ontem do Tufão (ou Tufões...) sobre as Filipinas:


sábado, 3 de outubro de 2009

Jule Charney - Parte VIII: O Experimento Global

Por muitos anos, de 1961 à 1966, Charney
batalhou pelo Experimento Meteorológico
Global. Em 1966, realizou um documento que
apresentava a necessidade de se considerar a
atmosfera como um sistema singular, global
em extensão. Recrutando pesquisadores como
C. Leith, Y. Mintz e J. Smagorinsky, investigou
o problema de quão rápido os erros nos dados
iniciais crescem em um modelo numérico. Esta
questão de predicabilidade foi fundamental no
critério dos sistemas de observação.

O sucesso do Experimento Meteorológico Global
foi conquistado com a colaboração de muitos
cientistas, organizações, financiamentos e novas
tecnologias. Contudo, entre os participantes do
experimento sabe-se que se existe alguém que
teve um papel crucial: Jule Charney.




Jule Charney morreu de câncer, em Boston, em 16
de junho de 1981.

Série sobre Charney baseada no texto de Norman Phillips
Fonte: The National Academies Press

Jule Charney - Parte VII: Além da Ciência

Além de uma enorme lista de honras, publicações e
orientações, Charney se ocupava com outras atividades.
Uma das primeiras coisas que ele fez quando chegou
ao MIT foi organizar com W. Malkus um informal
seminário quinzenal. Estes encontros ocorriam às
tardes de sextas-feiras e gradualmente envolviam
pessoas do departamento de meteorologia,
geografia e matemática do MIT. Todos os tipos
de problemas de dinâmica dos fluidos de
possível relevância para a meteorologia e
oceanografia eram divertidamente discutidos.
Esta série de seminários durou 22 anos.






As aulas ministradas por Charney não tinham
uma performance tradicionalmente didática. Mas
todos os estudantes que tiveram a sorte de tê-lo
como orientador receberam três conceitos
fundamentais para a pesquisa científica: entusiasmo,
rigor e uma obrigação de comparar a teoria com
o mundo real sempre que possível.






Fonte: The National Academies Press